terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aqui junto de ti

Grandes obras nascem de momentos insolúveis de solidão.
A grandeza de continuar nesta eterna saga faz de mim quem sou.
E pergunto continuamente:
Afinal quem sou eu?
Responde-me o universo
Tu és a magia do instante que passa e da saudade que fica.
És o voar da garça
Mas nunca serás esquecimento.
Então encosto-me no sofá e por breves momentos deixo-me dormir…

2012 Olinda Ribeiro
Fátima não esqueças

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

É noite na minha alma

Verdes lagos e casas caiadas debruadas a anil
Bois puxando o arado e cães latindo aos viajantes
O velhinho sentado no alpendre
As avezinhas voando
O dia está luminoso e sorridente
E as pedras do caminho vão chorando comigo
É noite na minha alma…

2012 Olinda Ribeiro

domingo, 2 de setembro de 2012

Náufrago


És, onda deste mar, presságio da partida
Quando que há muito foste encanto da chegada
Ao rebentar por entre as pedras da enseada
Acusa, o teu cantar, os versos duma vida

A vida que tanto buscou segura estada
Singrando o mar, fugindo ao medo, já sentida
Que o horizonte não guardava uma saída
E que todo caminho encerra rumo ao nada

A mesma areia que chamei de esperança
A mesma terra que tempos depois me lança
Neste deserto onde as águas não tem fim

Percebo a lágrima invadindo o mesmo rosto
Olho pra terra... Ela indica o lado oposto
Vem onda, vem levar o que restou de mim...

 Julho 2012 Carlos Gomes